segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Peixinho














Modelo: Natália S.
Camera: G10



Pelas eternidades.

Pelas eternidades.


Paixões efêmeras por toda vida breve, um fim de semana, atravéz dos olhares, estórias.
Para o você, meu amado , lhe dou o que sempre se vai sem volta.
O presente. Só para que uma hora acabe, entre fitas e confetes coloridos.
Sentimento esse meu, que de indo e vindo se esquece.
Retorna e me encurrala por ser constante.
Eu sei, você sabe, sabemos. As conclusões finais, não valem nada, senão repetir
o primeiro pressentimento: É amor, é de verdade e eterno enquanto dura. Intenso enquanto o for.

Fim de Tarde/Umas agonias dessas






Fim de tarde e piano. Ensaio por Natália Siqueira. Canon G10
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Faz tempo que eu não escrevo aqui, eu sei. E não pretendia escrever mesmo. Mas aí aconteceu, começou a tocar Lenine no rádio, uma comoção, um apertinho no coração e quando eu vi, já tinha acontecido. A solidão ficou tangível. Não, não falo na solidão ausência, mas da outra, solidão sacra, aquela do vazio maior. Mas pensando bem, não quero falar dela. Falar seria dividir, e não posso dividir algo tão meu. Ando muito cansada, na verdade. Nem sei mais. Ao mesmo tempo, ando grata como nunca. Como se tudo valesse a pena.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Movimentação

Caminho até a lateral do palco. Passa três passagens, calcanhar, peito e dedos. Respiro. Não há pensamentos para os amores em que me perco. Passa a perna, direita primeiro. Pára ao centro, olha na diagonal. cinco, seis, cinco seis sete oito. Precisão, movimentos claros, esse momento não volta. Será que ele está na plateia? Preparação pro salto, o braço vai ajudar a dar o impulso, é só liberar a força. Quatro e. Terceira posição. Solta o ar, apoia o braço. Esqueci da meia ponta no pé. Não pensa nos erros, a música segue. Continuo pensando no erro, a droga da meia ponta. Ele, meu amor que me perde, penso também. Corre, roda, cai. O chão é liberdade. Tem que virar o rosto no contratempo. Talvez eu devesse ter dito que não o amava, que era melhor nem começar. No contratempo, nem antes, menos depois. Três e. Isso. Sobe desenrolando. Espera dois tempos e pirueta. Os movimentos devem ser grandes, como se eu fosse minha própria extensão de mim. Joga um, segura dois. É só equilibrio. Fica. Não tenho medo de me machucar, refiro-me ao amor. Queria que ele dançasse comigo. Sete, corre oito no centro. Olha pra mão e vai acompanhando o braço. A vida vale mais quando eu danço. Vira um, marca a cabeça, vira a segunda, marca e a terceira. Passa o o braço por trás. Corre, da a volta e foi. Meia ponta atrás. Não acredito, foi. Nem sinto mais o ar, o coração bate tão rápido. Não respira. E vai desacelerando. O coração bate tão rápido, devem ser as palmas. Caminho até a cochia.

Ela é a moça bonita dos filmes antigos

For Ji Su, a birthday poem:

Ela é a moça bonita dos filmes antigos

Um riso contido,
derruba um lencinho
Não olha prá trás,
segue bela mais
como bailarina
de caixinha de música

Ela é a moça bonita dos quadros antigos

Canta para si,
e guarda um segredo.
Coisas da moça e da lua.
Vem uma tristeza do tempo
a engolindo
rasgante como licor

Ela é a moça bonita dos romances antigos

A solidão é seu tesouro
nossa comunhão
o choro de silencio
o riso de inocencia
Se abre nela
um eclipse ao inverso
luz, luz, luz.