O sol nasceu era mais ou menos cinco. Cinco ? Minto. Era quatro avançando, quase cinco, mas não era cinco.
Foi num degradê, e o céu mudou do roxo pro branco. Não acreditei, mas foram meus olhos quem disse, o céu tá branco, branco branquinho! O que é uma pena, pois é sinal de dia nublado.
O dia de hoje...não sei, não tenho planos.
Um amado disse-me certa vez que o dia só muda quando você dorme. Pois então, é melhor que eu diga logo o dia de ontem, afinal passei a noite toda em claro.
Não pude dormir. Era impossível de dormir. Havia a tentação da luz, que no verão se despede as 10 da noite e volta as quase cinco como eu lhe disse. E como se não bastasse, tem a bagunça do quarto, que me hipnotiza e ao mesmo tempo me afasta do intento de arrumar-la.
É, a noite escorreu por entre os meus dedos e eu nem percebi. E agora, é tarde. Resta me esperar até a nova noite, acalanta-la e tomar em meus braços os sonhos já meus.
É, a noite escorreu por entre os meus dedos e eu nem percebi. E agora, é tarde. Resta me esperar até a nova noite, acalanta-la e tomar em meus braços os sonhos já meus.