quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Agulhas



Minhas angustias são como crianças em estado terminal. Estou até começando a achar que tudo na vida é eutanasia. Digo mais, digo que viver, sim, é um grande desamparo. Que nasce da falta a liberdade, que é na morte em que braços se alargam para um abraço maior. Agora sei que desapego é tudo. Segurar em vida, o momento que já se foi é um parto ao inverso. Pra dentro. Dolorido. Choro do bebê asfixiado no ventre da mãe já morta. Lembra?