terça-feira, 7 de dezembro de 2010

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Cansaço. Angustia. Ansiedade. Suor. Nó na garganta. Respiração contida. Eu não posso soltar. Soltei. Os olhos molharam-se. To chorando de cansaço. To chorando porque essa é uma forma mais facil de respirar. E eu tenho me esquecido de respirar. Parei de chorar porque nunca houve choro. Só uma raiva contida. Raiva da minha força que me deixou. Dos meus olhos que não veem mais anjos. Da cabeça que vive sempre na lua. Era uma dorzinha e um remorso. Dorzinha de não ter conseguido, remorso por me sentir assim. Eu poderia não me sentir assim. Poderia tomar um banho. Deixar a agua molhar o meu corpo. Fechar os olhos. Agradecer a Deus pelo momento. Desligar o chuveiro cheia de vida. Viver os próximos momentos com um pouco de paz. Paz o caralho. O caralho o mundo. Eu quero mesmo é ficar assim inerte. Como uma pedra esquecida. Numa estrada de lugar nenhum. Mas não posso. Merda. Não posso. Não sou mulher disso. Então eu termino esse texto. Desligo o computador. Vou dar uns berros. Tomar a porra do banho. Encontrar força, paz, silêncio. Bater a cabeça na parede de raiva. Morder os dedos da mão de raiva. Encontrar força paz e silêncio. Respirar não muito fundo. E continuar.