domingo, 27 de fevereiro de 2011

A resistência

Passei meu comecinho de noite assistindo todos os videos de Langley Fine Arts, olhando todas as fotos da Canada, procurando trailers dos filmes que assisti, cantando as músicas que eu costumava cantar no coral, e revivendo meus momentos de quando eu estive lá, do outro lado.
Saudade, eu sinto. E muita.
Mas também tem uma coisa que me assusta nisso tudo. É pensar que a menos de um ano atrás, lá estava eu, sentada na frente de um computador, olhando minhas fotos de família e revendo todos os vídeos do Santa Maria, cantando e chorando Elis Regina.
Exatamente igual.
O tempo passa violentamente. Acho que o tempo neutraliza as coisas num mesmo sentimento nostálgico, como se o oque foi bom e o que não valeu a pena fossem misturados numa mesma massa, sem ressentimentos e sem palpitações.
Coisas ficaram para trás e pior: pessoas ficaram para trás. E as vezes, percebo que me falta coragem, de pegar e escrever um email do nada, pra perguntar se está tudo bem, pra dizer que o carinho nunca mudará. E nessas horas eu não me entendo.
Pois hoje e só hoje percebo que as pessoas que permaneceram em minha vida, não são aquelas que nestes dezoito anos sempre tiveram os mesmos gostos e planos que eu, mas sim aquelas que fizeram questão de ficar, que ligavam nem que a cada 3 meses para perguntar as novidades, que iam aos encontros e mandavam cartões de aniversários. Mostrar presença faz uma diferença e tanto. Se eu pudesse fazer um pedido, eu pediria aos caminhos da vida a dádiva de ter minhas pessoas amadas na resistência do tempo, procurando manter contato e fazendo acontecer pra estar junto. Sem saudades, o que importa é o presente.