Saudade, eu sinto. E muita.
Mas também tem uma coisa que me assusta nisso tudo. É pensar que a menos de um ano atrás, lá estava eu, sentada na frente de um computador, olhando minhas fotos de família e revendo todos os vídeos do Santa Maria, cantando e chorando Elis Regina.
Exatamente igual.
O tempo passa violentamente. Acho que o tempo neutraliza as coisas num mesmo sentimento nostálgico, como se o oque foi bom e o que não valeu a pena fossem misturados numa mesma massa, sem ressentimentos e sem palpitações.
Coisas ficaram para trás e pior: pessoas ficaram para trás. E as vezes, percebo que me falta coragem, de pegar e escrever um email do nada, pra perguntar se está tudo bem, pra dizer que o carinho nunca mudará. E nessas horas eu não me entendo.
Pois hoje e só hoje percebo que as pessoas que permaneceram em minha vida, não são aquelas que nestes dezoito anos sempre tiveram os mesmos gostos e planos que eu, mas sim aquelas que fizeram questão de ficar, que ligavam nem que a cada 3 meses para perguntar as novidades, que iam aos encontros e mandavam cartões de aniversários. Mostrar presença faz uma diferença e tanto. Se eu pudesse fazer um pedido, eu pediria aos caminhos da vida a dádiva de ter minhas pessoas amadas na resistência do tempo, procurando manter contato e fazendo acontecer pra estar junto. Sem saudades, o que importa é o presente.